História
Existem mais de 40 milhões de escuteiros em todo o mundo espalhados por mais de 200 países e territórios. Mais de 500 milhões de pessoas já foram escuteiros inclusive pessoas que atualmente ocupam lugares de destaque na sociedade.
Onde tudo começou
Tudo começou com 20 rapazes num acampamento experimental que teve lugar em 1907 na Ilha de Brownsea. Durante os primeiros nove dias de agosto de 1907 na Ilha de Brownsea, Inglaterra. O acampamento teve um grande sucesso e a prova para Baden Powell de que o seu método era apelativo para os jovens e que realmente funcionava.
Em janeiro de 1908, Baden-Powell publicou a primeira edição do "Escutismo para Rapazes" (nome original em inglês - "Scouting for Boys"). O "Escutismo para Rapazes" foi um sucesso imediato e vendeu mais de um milhão de cópias, tornando o "Escutismo para Rapazes" num dos livros com maior sucesso de todos os tempos. Inicialmente Baden-Powell pretendia providenciar um método de formação para rapazes, algo que pudesse ser utilizado pelas organizações de juventude já existentes (por exemplo a Boys Brigade ou a YMCA). Para surpresa do fundador os jovens, inspirados pelos seus ensinamentos, começaram a organizar-se e a construir aquilo que hoje é o maior movimento de voluntariado do mundo.
Expansão do Movimento
O sucesso do "Escutismo para Rapazes" produziu um movimento que rapidamente, quase de forma automática, adotou o nome "The Boy Scouts". Em 1909 o "Escutismo para Rapazes" já tinha sido traduzido para cinco línguas e uma atividade em Londres que atraiu mais de 11 mil escuteiros. O Chile foi um dos primeiros países a ter escutismo, fora de Inglaterra, porque Baden-Powell passou lá umas férias. Em 1910 visitou o Canadá e os Estados Unidos da América, onde o escutismo já tinha dados os primeiros passos.
A primeira guerra mundial em 1914 poderia ter ditado o fim do movimento escutista, no entanto, a formação providenciada pelo sistema de patrulhas revelou-se fundamental. Os guias de patrulha assumiram a liderança quando os dirigentes voluntários foram chamados para a servir a pátria. Os escuteiros contribuiram durante a primeira guerra mundial de muitas formas, a mais notável de todas terá sido levada a cabo pelos escuteiros marítimos que ficaram responsáveis pelo patrulhamento da costa libertando assim os guardas-costeiros para que estes fossem servir a nação na frente de batalha.
O primeiro Jamboree Mundial do Escutismo teve lugar em 1920 e contou com 8 mil participantes. Os jovens que marcaram presença no primeiro Jamboree Mundial eram provenientes de diferentes países e juntaram-se para partilhar interesses e ideais. Desde o primeiro Jamboree Mundial em Olympia, Londres, já foram realizados 23 nos mais diversos locais.
A primeira conferência mundial (na altura chamada de "International Scout Conference") teve lugar durante o Jamboree e contou com 33 Organizações Escutistas Nacionais. Em 1922 o primeiro Comité Mundial do Escutismo foi eleito na 2ª Conferência Mundial que teve lugar em Paris, França, e estavam representadas 31 Organizações Escutistas Nacionais. Nesta altura o número de associados era já mais de um milhão.
Programa Educativo
O escutismo começou com um programa educativo para rapazes dos 11 aos 18 anos mas rapidamente outros se quiseram juntar. O programa para as Guias foi criado em 1910 por Baden-Powell. Na Conferência Mundial de 1930, promovida pela recém-criada Associação Mundial das Guias, realizada em Inglaterra, delegadas de 28 nações elegeram, por unanimidade, Olave Baden Powell, mulher de Baden Powell, Chefe Mundial das Guias
A secção dos Lobitos (Wolf Cub, na versão original) foi criada para os rapazes mais jovens e como imaginário foi utilizado o "Livro da Selva" ("Jungle Book") de Rudyard Kipling. Para os mais velhos foi criada a secção dos Caminheiros (Rover Scout branch, na versão original).
As Guerras Mundiais
Entre as duas guerras mundiais o escutismo continuou a crescer e a desenvolver-se em diferentes partes do mundo com exceção feita para os países com ditaduras onde o escutismo foi banido. O escutismo é um movimento voluntário baseado em princípios democráticos o que o torna pouco viável em países com ditaduras estabelecidas.
Durante a Segunda Guerra Mundial os escuteiros assumiram diferentes tarefas, mensageiros, vigilância de fogos, maqueiros, entre outros. Nos países que foram ocupados durante a II Guerra Mundial o Escutismo continuou a existir de forma secreta desempenhando um papel importante na resistência. Depois da guerra terminar veio a descobrir-se que o número de escuteiros nos países ocupados tinha de facto aumentado.
Os anos 60, 70 e 80
Muitos países conquistaram a sua independência durante estas décadas. O Escutismo desenvolveu-se de forma gradual em cada país e os programas educativos foram adaptados a cada realidade e às sua especificidades culturais. O escuteiros particularmente em países desenvolvidos tornaram-se mais ativos em questões como a saúde infantil, habitação social, literacia, agricultura, desenvolvimento de competências laborais, educação para o não consumo de drogas, desenvolvimento de competências para a vida, incentivo à inclusão, educação para as questões ambientais e para a paz.
100 anos e muito mais
Em 2007 o Escutismo celebrou os seu centenário. O que começou com um pequeno campo na Ilha de Brownsea é hoje em dia um movimento em crescimento com membros em quase todos os países do mundo. Apesar da sua combinação única de aventura, educação e diversão, o Escutismo consegue renovar e adaptar-se a um mundo em constante mudança e às diferentes necessidades dos jovens. O Escutismo contribui diariamente para que os jovens sejam cidadãos globais, ativos e que ajudam a construir um mundo melhor.